Esta é a conclusão de um trabalho de filosofia, feito pela minha amiga Elsa.
Vale a pena pensar nisto...
Num mundo em que actualmente vigora a velha frase "salve-se quem puder" e em que a verdadeira razão da amizade por vezes joga com certos factores que desde sempre justificam o ser, como a traição, a infidelidade, e a inveja, os amigos de Sócrates provaram o verdadeiro sentido da amizade naquele momento de iminente perda de um amigo autêntico. Na minha opinião, Apolodoro (que é a personagem com que me identifico mais) demonstrou, que apesar de todas as doutrinas que Sócrates transmitiu, em que nunca se deve recear a morte, muito pelo contrário, encará-la como um momento libertador, como se de um canto do cisne se tratasse, e que independentemente da doutrina filosófica em que se acredita, a perda de um amigo íntimo é sempre um pedaço de nós que desaparece, apenas prevalece a mágoa, a tristeza e a revolta de não poder fazer nada para o trazer de volta. Se existe uma experiência que, ao longo da história e ao redor do mundo, coloca toda a raça humana no mesmo barco, é a morte. A morte é algo que todos nós teremos de encarar - nenhum exercício ou dieta, nenhuma técnica de meditação nem dinheiro nenhum no mundo pode evitar que ela chegue. Essa é a grande verdade que nos iguala. A finalização da morte, juntamente com a incerteza da vida após ela, resulta em medo para muitos. Nos meus medos mais profundos, se há alguma coisa que eu temo é a morte, morrer e ver morrer. Sei que é inevitável, mas nem mesmo essa inevitabilidade e o facto de estar sempre a acontecer me deixam à vontade perante tal situação. Não acredito na vida para além da morte, mas quem sabe, poderei estar errada, um dia saberei tal resposta. Talvez seja por isso que me identifico muito com a famosa frase e teoria de vida: Carpe Diem (aproveita o dia).Como diz Epicuro, na Conduta da Vida "Tolice afligir-se com a espera da morte, pois trata-se de algo que, uma vez vindo, não causa mal. Assim, o mais espantoso de todos os males, a morte, não é nada para nós, pois enquanto vivemos, ela não existe, e quando chega, não existimos mais." É de facto uma verdade em que gostaria de me apoiar. Podemos contemplar a morte em tudo que nos rodeia enquanto tentamos tão arduamente parar o processo de envelhecimento. Esperamos que a próxima pílula, a próxima cirurgia ou a próxima descoberta genética seja a chave para prolongar um pouco mais as nossas vidas.